Monday, July 31, 2006

História de Portugal Ultra-condensada

Tudo começou com um tal Henriques que não se dava bem com a mãe e acabou por se vingar na pandilha de mauritanos que vivia do outro lado do Tejo. Para piorar ainda mais as coisas, decidiu casar com uma espanhola qualquer e não teve muito tempo para lhe desfrutar do salero porque a tipa apanhou uma camada de peste negra e morreu. Pouco tempo depois, o fulano, que por acaso era rei, bateu também as botas e foi desta para melhor. Para a coisa não ficar completamente entregue à bicharada, apareceu um tal João que, ajudado por um amigo de longa data que era afoito para a porrada, conseguiu pôr os espanhóis a enformar pão e ainda arranjou uns trocos para comprar uns barcos ao filho que era dado aos desportos náuticos. De tal maneira que decidiu pôr os barcos a render e inaugurou o primeiro cruzeiro marítimo entre Lisboa e o Japão com escalas no Funchal, Salvador, Luanda, Maputo, Ormuz, Calecute, Malaca, Timor e Macau. Quando a coisa deu para o torto, ficou nas lonas só com um pacote de pimenta para recordação e resolveu ir afogar as mágoas, provocando a malta de Alcácer-Quibir para uma cena de estalo. Felizmente, tinha um primo, o Filipe, que não se importou de tomar conta do estaminé até chegar outro João que enriqueceu com o pilim que uma tia lhe mandava do Brasil e acabou por gastar tudo em conventos e aquedutos. Com conventos a mais e dinheiro menos, as coisas lá se iam aguentando até começar tudo a abanar numa manhã de Novembro. Muita coisa se partiu. Mas sem gravidade porque, passado pouco tempo, já estava tudo arranjado outra vez, graças a um mânfio chamado Sebastião que tinha jeito para o bricolage e não era mau tipo apesar das perucas um bocado amaricadas. Foi por essa altura que o Napoleão bateu à porta a perguntar se o Pedro podia vir brincar e o irmão mais novo, o Miguel, teve uma crise de ciúmes e tratou de armar confusão que só acabou quando levou um valente puxão de orelhas do mano que já ia a caminho do Brasil para tratar de uns negócios. A malta começou a votar mas as coisas não melhoraram grande coisa e foi por isso que um Carlos anafado levou um tiro nos coiratos quando passeava de carroça pelo Terreiro do Paço. O pessoal assustou-se com o barulho e escondeu-se num buraco na Flandres onde continuaram a ouvir tiros mas apontados a eles e disparados por alemães. Ao intervalo, já perdiam por muitos mas o desafio não chegou ao fim porque uma tipa vestida de branco apareceu a flutuar por cima de uma azinheira e três pastores deram primeiro em doidos, depois em mortos e mais tarde em beatos. Se não fosse por um velhote das Beiras, a confusão tinha continuado mas, felizmente, não continuou e Angola continuava a ser nossa mesmo que andassem para aí a espalhar boatos. Comunistas dum camandro! Tanto insistiram que o velhote se mandou do cadeirão abaixo e houve rebaldaria tamanha que foi preciso pôr um chaimite e um molho cravos em cima do assunto. Depois parece que houve um Mário qualquer que assinou um papel que nos pôs na Europa e ainda teve tempo para transformar uma lixeira numa exposição mundial e mamar duas secas da Grécia na final.
E o Cavaco? O Cavaco foi com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao circo.
FIM

Thursday, July 13, 2006

Six Feet Under



Hoje, após um período sem decidir pôr neurónios a funcionar de forma a construir um post, venho dar-vos a conhecer um pouco sobre a minha mais recente obsessão - a excelente série Six Feet Under (ou em português, Sete Palmos de Terra). Pode haver quem ache que as minhas obsessões são do mais fútil que existe... Basicamente todas elas são relacionadas com televisão, ou qualquer outro tipo de ficção, é verdade, mas que fazer? Nada melhor do que nos "afundarmos" em realidades alternativas e ilusórias quando a nossa é tão vazia, amargar e sem sentido.
A verdade é que nunca dei muito crédito a esta série... alguns amigos meus gostavam bastante a elogiavam-na até dizer chega. Mas, não sei bem porquê, nunca me tinha sentado e visto um só episódio. Nestas coisas de televisão, muitas vezes, ou apanhamos o comboio no ínicio da viagem, ou então mais vale deixa-lo seguir o seu rumo sem irmos lá dentro. Para mim, Six Fee Under era apenas uma série que tinha como cenário uma agência funerária... Pouco mais sabia sobre ela... Para dizer a verdade, a vontade de saber mais também não era assim tanta. Guess I was judging the book by its cover! No entanto, tive a oportunidade de ver em DVD as duas primeiras temporadas da dita... O meu amigo Palim emprestou-mas... Não resisti a comprar a 3ª série, e estou certo que as restantes também serão parte da minha colecção de DVDs muito em breve.
A partir do dia em que vi o primeiro episódio, a família Fisher tem sido uma boa companhia, apesar de, nas últimas semanas, por imperativos profissionais, nao lhe ter podido dedicar a atenção devida...
Mais do que personagens, os intervenientes da série, aos poucos, tornaram-se pessoas conhecidas... A controlada, frustrada, atormentada e paranóica Ruth... O in the closet David... O desajustado Nate e os seus conflitos entre a vida que quer e aquela que o seu espírito livre o impele a procurar... A rebelde e genial Claire (todos eles "controlados" por uma especie de "consciência" colectiva personificada pelo espírito do falecido pai e marido)... a fantástica Brenda(que só pode ter "saído" de uma mente brilhante), entre tantos... Todos eles pintam, com pinceladas fortes e distintas a enorme e espectacular tela que é esta obra prima... Todos eles nos dão que pensar, todos eles nos fazem olhar para dentro de nós mesmos, todos eles são pedaços do grande espelho no qual podemos ver as nossas próprias almas... Todos eles refletem o turbilhão de conflitos que constitui a realidade de cada um de nós.
À primeira vista achava-os estranhos... hoje, à medida que me aventuro mais e mais em direcção ao centro do seu universo, cada vez mais me considero um deles. A sua "estranheza" é-me cada vez mais familiar.

Nate Fisher

Wednesday, July 12, 2006

Fiction vs Reality

"...the fear, of feeling...something real."

Sunday, July 09, 2006

Breathe Me - Sia

Help, I have done it again
I have been here many times before
Hurt myself again today
And, the worst part is there's no-one else to blame

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up
And breathe me

Ouch I have lost myself again
Lost myself and I am nowhere to be found,
Yeah I think that I might break
I've lost myself again and I feel unsafe

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up
And breathe me

Be my friend
Hold me, wrap me up
Unfold me
I am small
I'm needy
Warm me up
And breathe me

Para quando estamos sós... para quando achamos que só fazemos merda... para quando acabamos por nos magoar com as nossas próprias escolhas... para quando nos sentimos pequenos, frágeis e carentes... para quando precisamos de colo...

Friday, July 07, 2006

Just a thought...

"Árvores são poemas que a terra escreve, para o céu. Nós as derrubamos e as tranformamos em papel para registrar todo nosso vazio" (Khalil Gibran)