Atendendo ao pedido das minhas leitoras, cá deixo um pequeno texto sobre:

Depois do grande rebuliço vivido na ilha de São Miguel por estar a ser gravada cá a nova novela da TVI, estreou ontem à noite
a tão esperada Ilha dos Amores. Pelo que tenho visto e ouvido, a história promete, quer pelo enredo em si, quer pelo excelente elenco envolvido no projecto. No entanto, para nós açoreanos - de nascimento ou de coração- o factor que a todos desperta curiosidade e interesse é mesmo o facto da nossa bonita ilha servir de cenário para o desenrolar dos acontecimentos.
Tal como a grande maioria dos ilhéus - no sentido vasto do termo - também eu (que não sou grande adepto das produções da TVI) estive coladinho ao ecrã, na expectativa de ver gente e paisagens conhecidas. Em traços gerais, achei que se trata de uma produção de excelente qualidade que, pelo menos a julgar pelo primeiro episódio, vai saber evidenciar a já tão evidentemente esplendorosa paisagem da ilha de São Miguel (e não só, mas ja chegamos a essa parte)! Penso que o enredo, ainda que não seja um primor de originalidade - o moço pobre que se apaixona pela menina rica - vai prender a atenção dos telespectadores (isto se a estação televisiva em questão nao lhe aplicar o seu mais usado truque de "fazer render o peixe").
No entanto, e voltando ao nosso ponto de maior interesse, houve algumas situações que me fizeram sorrir, no que diz respeito ao "cenário":
Em primeiro lugar, não nos devemos esquecer que a acção se passa nos Açores, é certo, mas não em todo o arquipélago! Não entendo o porquê de vermos aparecer no pequeno ecrã paisagens do Faial e São Jorge, por exemplo. Se os Açores ainda contituem um mistério para alguns dos nossos compatriotas que habitam a península, acho que esta misturada vai contribuir ainda mais para se perpetuar certas confusões. O mesmo já havia acontecido, aquando das filmagens de A Filha do Mar que embora tenha começado no Faial, contava com imagens de outras ilhas.
Em segundo lugar, tive pena de não ouvir o meu querido sotaque micaelense! Snif, snif... Não digo que pusessem todos os actores a falar com sotaque (aliás, seria pior a emenda que o soneto! Soaria a a falso, porque isto de falar desta forma tão especial, nao é para qualquer um), mas caramba, um ou outro toque nao custava nada. Tudo bem que a novela pretende atingir um publico vasto, mas pôr o povo todo a falar lisboeta... Convenhamos! Quem nunca viu numa produção nacional uma personagem alentejana, transmontana ou portuense?
Por último, mas não menos importante, achei piada ao desfasamento entre as várias localidades... Quer dizer, a menina pega na malinha em Ponta Garça (onde se situa o casarão) e bimbas! Lá vai ela à lá pata até ao porto de Ponta Delgada, passando pela Lagoa das Sete Cidades, em menos de um ai. Isso é que é determinação! Se é pra fugir com o amor da sua vida, a nossa heroína nao olha a meios para atingir os seus fins. Não é por nada, mas são mais de 30 kilometros e a lagoa nao fica a caminho! Ehehehe! Também achei graça quando ela saiu de Ponta Garça, passou pelos campos de chá de Porto Formoso e deu um pulinho até ao ilhéu de Vila Franca para chorar as suas mágoas! Terá sido a nado ou a voar? Brincadeiras à parte, percebo perfeitamente que se trata de ficção, e não aponto isso como um erro de produção, nem nada parecido. Mas que dá para brincar um bocadinho, lá isso dá!
Vamos a ver como se desenrola a trama, na nossa amada ilha... Força aí TVI! Força aí São Miguel! A malta está convosco!