Sunday, April 30, 2006

Stepford's Wives

"Joanna Eberhart é uma bem sucedida executiva de um canal de TV, até o dia em que um de seus reality shows dá errado. Ela é demitida e entra em depressão. Tentando ajudá-la, o seu marido Walter resolve levar toda a família para morar em Stepford, uma pequena cidade do interior que parece o paraíso na Terra. Aí, encontram uma comunidade em que as mulheres extravasam perfeição - têm tempo para fazer bolinhos e brincar com as crianças, estar sempre bonitas e prontas a agradar - e os homens parecem ser os seres mais felizes à face da Terra. Joanna acha o lugar esquisito. Seria possível toda esta perfeição? Ou Stepford estaria escondendo um terrível segredo? Será que Joanna irá descobrir a tempo?" "Este triller cómico é uma recriação do clássico de suspense de 1975."
Vasculhando hoje na secção promocional dos DVDs da Worten, dei de caras com este filme. Nunca o tinha visto e achei que era uma boa oportunidade para o fazer. Seria um bom programa para uma tarde de Domingo, uma bela forma de ocupar parte da minha folga. Para além do mais, gosto bastante do trabalho da protagonista, a talentosa e (na minha opinião) muito versátil Nicole Kidman. (Claro que no melhor pano cai a nódoa. A nossa Nicoleta também protagonizou "Casei com uma feiticeira", mas isso agora não interessa nada. Quem não tem um podre no seu passado que atire a primeira pedra! :P) O filme conta ainda no seu elenco com grandes nomes como Glenn Close, Bette Midler e Matthew Broderick (que na vida real partilha os lençóis com a Sarah Jessica Parker, a Carrie Bradshaw de Sex and the City). Somados todos esses factores, decidi comprar o filme, esperando não ser esta mais uma nódoa no panorama cinematográfico hollywoodesco.
Não se pode dizer que seja um grande filme, porque não o é! Mas como filme de fim de tarde serve perfeitamente. Não me desiludi com as interpretações dos nomes sonantes do elenco, antes pelo contrário! Nicole Kidman, sempre deslumbrante, prestou-se na perfeição ao papel de mulher de grande sucesso, poderosa e independente que "cai de paraquedas" no meio de uma sociedade onde mulheres de uma perfeição artificial são o grande ponto de destaque. Adorei a espressão de espanto que ela fazia, quase que a perguntar a si mesma: "De que planeta é esta gente e onde raios aterrou a nave espacial que a trouxe?!" Bete Midler, mais uma vez me deliciou com a sua ironia e o seu sentido de humor cortante. E que dizer de Glenn Close? Será que há algum papel que este "mostro sagrado" não consiga fazer?
Devo, no entanto, confessar que o que mais me deu gozo no filme foi o factor de ele ser, do primeiro ao último minuto, uma sátira ao tão aclamado "sonho americano". Assim como Stepford escondia um terrivel segredo por detrás da máscara de perfeição, quantas arbitrariedades se cometem em nome do sonho de uma nação perfeita? Não é minha intenção neste post fazer uma análise sociológica aos Estados Unidos. Apenas não resisti a fazer este pequeno apontamento :P.
A história do filme, por outro lado, dá que pensar ainda sobre outra temática: a busca da pessoa perfeita. Não estamos nós demasiado preocupados com aparências e aspectos superficiais quando empreendemos esta busca? Se calhar, de tão bombardeados que somos pelas noções de beleza, sucesso e "perfeição" que a nossa sociedade nos impõe, acabamos por buscar nada mais do que meras miragens. E sabem o que acontece a quem se atira de cabeça para um óasis no deserto? Não raras vezes acaba por comer areia. Lá diz o povo que "Por fora, bela viola. Por dentro, pão bolorento." Citando a personagem de Nicole Kidman, Joanna Eberhart, "Can these Stepford's wives say «I love you»?" A triste verdade é que muitas vezes o mais importante fica em segundo plano... Será sensato colocar o superficial à frente dos sentimentos? Já dizia o Prince: "U don't have 2 be rich 2 be my girl (ou boy). U don't have 2 be cool 2 rule my world."

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

nao somos nos todos vitimas dessa suposta busca de aparente perfeiçao? nao é mais simples esconder o que se sente... do que simplesmente admitir que nao se esta hiper mega feliz?
ya... a vida é estranha a sociedade ainda mais... mas fazer o que? lololol isto é um ciclo vicioso... lololol sempre a roda...

10:29 PM  
Blogger Paulo Afonso said...

Num mundo de aparências e imagem, afinal o que conta: O que se é ou o que aparece? Por acaso, vi esse filme, estava eu em Lisboa de Férias mais o Jota, o Sérgim e o Pedrim. =) A nossa Nicoleta é, simplesmente, fantástica!

9:27 AM  

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